segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Pais que perderam filhos



A perda de um filho é algo que desmonta a estrutura emocional dos pais. É difícil descrever a dor que se instaura neles, pois cada um tem uma reação diferente, no entanto, o que se torna comum em todos é a profunda amargura que se aloja em seus sentimentos. Parece que viver perde o sentido, a imagem que permanece constantemente na memória dos pais é a do filho desde a hora que levanta até o momento de dormir.

Cada pessoa tem reações diversas, como também possuem algumas peculiaridades em lembrar do filho que partiu, levando-os a terem reações psicossomáticas que acabam desencadeando doenças emocionais e biológicas.

Seus comportamentos diferem; uns preferem mais o silêncio, enquanto outros conversarem sobre o filho (a) que se foi atenua a dor. Mas, o que podemos perceber é que as reações emocionais vão se diferindo conforme o tempo, ou seja, o que é bom num determinado momento em outros já não fazem tão bem mais. Para uns o tempo contribui para amenizar a dor, enquanto que para outros o passar do tempo intensifica ainda.

Outro fato importante se destacar é que, para aqueles pais que possuem uma espiritualidade que é vivenciada, sente-se certa frustração, por não assimilarem os propósitos de Deus. Muitas vezes de maneira que seus filhos se vão, isto é, uma doença ou por meio de acidentes, crimes, etc. Pois, para os pais é um golpe muito grande que recebem de um Pai que é concebido como Amor. No entanto, mesmo ocorrendo este sentimento de incompreensão com Deus, é a espiritualidade que colabora para um conforto, muito embora, não cure a dor da saudade que permanece nas lembranças que surgem constantemente e também na inconformidade da perda. É fundamental entendermos que o ser humano é inconstante, ou seja, muitas vezes uma palavra amiga acalenta o coração, mas, quando vem a saudade, retorna-se todo o sentimento da perda novamente. Ainda comentando sobre a espiritualidade é preciso ressaltar que algumas crenças ajudam pais lidarem melhor com a morte e especificamente a perda de filhos, por acreditarem que mesmo o filho morrendo permanecem em contatos com eles.

Embora, saibamos que a morte é algo inevitável e que todos, um dia passarão por ela, a reação emocional, o trauma pela perda de um filho é completamente diferente e sem proporção em relação à perda dos pais e irmãos, pois o filho está ligado intrinsecamente aos pais, tornando-se parte deles. O amor dos pais para com os filhos é algo inexplicável e também a morte do filho antes dos pais é um ciclo avesso do natural da vida, ou seja, o que seria normal são filhos enterrarem os pais e não vice-versa.

Acredito ser fundamental que entidades religiosas, profissionais da área de saúde e mesmo a mídia de um modo geral aprofundem se empenhando em abordar este tema “Pais que perderam filhos”. É essencial que o Estado também crie programas de atendimento especifico para estes pais, pois há uma imensa parcela deles que sofrem e que perderam o estímulo de viverem por não saberem como lidar com a perda de seus filhos.


Ataíde Lemos
escritor e poeta

4 comentários:

  1. CONFIE NO SENHOR TEU DEUS,ELE TE DARÁ O CONFORTO
    AMIGO,ABRAÇO CARINHO EM TODA FAMÍLIA
    BJUS..ERY MENEZES

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  2. Não coneço dor maior, fique com deus.
    http://van-doencadewilson.blogspot.com/
    aqui te um pouco da minha história
    Bjs Van

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Emociante! nem sei que falar, eu sei bem o que é uma perda, essa hora melhor é o silêncio, forças

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