sexta-feira, 29 de junho de 2012

1º Ano sem o Matheus



1º Ano sem o Matheus

Dia 02 de Julho de 2012, fará 1 ano que meu filho se foi, um garoto cheio de vida, de planos, de sonhos... Uma morte sem sentido, sem culpados, vitima de um atropelamento enquanto retornava para o trabalho de bicicleta, num local de baixa velocidade. Um garoto de 16 anos, quase 1, 80 de altura, de repente cai embaixo de um caminhão que tira sua vida no local. Mas, fazer o que? A morte é nossa companheira, cedo ou tarde se depara com ela, isto é inevitável. Uns vão mesmo antes de nascerem, outros vivem pouco tempo outros se vão com idade avançada. Uns vão por doenças, outros acidentes, outros ainda, pela violência e por fim, os que vão pelo peso da idade.

Durante todos estes 365 dias, após sua partida, tenho me dedicado a escrever, escrever, escrever. Escrever minha dor, a minha saudade, a minha esperança, nossos momentos juntos. Escrever seus gostos, seu jeito de ser. Escrever o que meu coração pede. Às vezes, palavras de coragem, de animo, outras palavras de dor. Escrever para me desabafar; escrever para ajudar outros pais que passam pela mesma dor.

É difícil descrever a dor de perder um filho, não há outra dor comparada. Mesmo para os que têm fé e acreditam que a morte não é o fim. Mesmo para aqueles que acreditam que a morte é apenas o inicio de uma nova vida, onde não há dor, nem sofrimento. Mesmo para aqueles que acreditam que após a morte há uma vida plena, eterna, ainda assim, é difícil aceitar a separação física, pois, sabemos, que a presença no pensamento, nos sentimentos permanecerá para sempre. Acredito, que os filhos que se vão são mais presentes que os que permanecem vivos.

Descrever o Matheus é muito difícil e fácil ao mesmo tempo, pois, durante todo o tempo que esteve conosco foi um menino alegre. Um menino como tantos; brincalhão, arteiro, amigo. Um menino que certamente, teria um tempo pequeno entre nós, pois sua vida foi intensa desde seu nascimento.

Matheus onde se encontrava vivia rodeado de amigos. Seus brinquedos preferidos eram futebol, soltar pipa e jogar vídeo game. Protegia as crianças menores dos maiores... quem estava perto dele não tinha tristeza. Adorava ir a escola, mas não gostava de estudar... todos os professores gostavam dele. Sempre o chamava atenção pelas notas fracas e brincar muito na escola, porém, hoje, fico feliz por ele ter sido assim, pois não completaria os estudos, no entanto, viveu intensamente.

Só tenho agradecer a Deus, ainda que seja difícil conviver com a partida do Matheus, pois ele viveu, ele foi feliz. Viveu a melhor fase da vida terrena que é o mundo da fantasia; o mundo dos sonhos, onde não tem sofrimento e nem o peso da responsabilidade que fazem parte da vida enquanto estamos aqui. Ele não teve nenhum tipo de doença que o impossibilitasse de ser feliz, que o pudesse fazer sofrer. Deu preocupações normais para nós pais, mas nunca se envolveu com brigas, drogas e tantas outras situações que nos dias de hoje tem tirado a alegria e o sono dos pais. Ou seja, ele desfrutou e nos proporcionou o mais saboroso prazer da vida. 

Enfim, Deus é o Senhor da história, Ele conhece nossos caminhos, conhece nosso passado, presente e futuro. Sabe quando chegará o fim de nossa caminhada neste mundo. Sabe pelos caminhos que atravessaremos. A vida aqui não é fim de uma história, mas o inicio dela e ainda, não estamos sozinhos nem no momento de alegria e muito menos nos instantes de dor. Por isto, ao chegar neste primeiro 1º ano sem a presença física do Matheus, percebo o quanto Deus esteve ao meu lado, ao nosso lado. O quanto Ele foi presente nos momentos tristes, nos momentos em que a cruz parecia ser pesada demais para suportar. Chego neste primeiro aniversario de sua morte com a dor da saudade, mas também, muito mais forte e restaurado do que os dias, os meses recentes a sua partida.

Este é um breve relato que faço nestes dias que antecedem a data de seu aniversário de falecimento ou melhor, seu 1º aniversário de vida plena.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta

quinta-feira, 28 de junho de 2012




A paz de Deus 

(Ataíde Lemos)
 
Jamais imaginei que suportaria
Em perder um filho algum dia;
Nunca pensei na possibilidade
De sentir tamanha brutalidade.
 
Mas, o ditado e a fé dizem que Deus 
Não dá um frio maior que cobertor!
Então, o seu amor anestesia a dor
Confortando todos os filhos Seu.
 
Mesmo com a dor de um filho perder
Ela já não mais tira o brilho de viver
Comigo a sua presença sempre está. 
 
A chaga aberta, um dia vai cicatrizar 
Ainda que a saudade sempre perdurará, 
Pois, Deus com a sua paz me cobrirá.
 
Matheus 
† 02/07/2011

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Sonho e realidade





Sonho e realidade
 (Ataíde Lemos)


Você foi um lindo sonho
Que toquei em minhas mãos
Uma presença tão marcante
Que selou em meu coração.

Já não sei se dói esta saudade
Pela falta que você faz
Fostes um sonho e uma realidade
Mesmo ausente me provoca paz.

Em tudo tem um pouco de você
Sendo permanente tua presença
Se viver reserva tristes surpresas
Porém, retêm marcantes convivências.


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quinta-feira, 14 de junho de 2012

Estou perto de você



Estou perto de você

(Ataíde Lemos)

Estou perto de você
Sei o que tens passado
Mas, já te vejo bem melhor;
A  saudade como antes
Já não dói,
A lembrança não te corrói,
Vejo sorrisos em teu rosto
Já não estás tão triste
Como tantas vezes eu te vi.
Tens tocado a vida
E esta imensa ferida
Aos poucos está cicatrizando
Estou muito perto de cuidando.

A dor de uma separação
Fere e sangra o coração
Mas, aos poucos vai se curando
E vida aos trilhos volta a andar.
Quando a gente ama
A morte não separa
Mas, ela une ainda mais
E  no seu tempo
Vai nos devolvendo a paz.

terça-feira, 12 de junho de 2012



Sempre será amado

(Ataíde Lemos)

Você sempre será amado,
Sempre será lembrado;
Em cada rosto,
Em cada sorriso;
Nas suas canções.
O tempo jamais irá te levar,
Tua presença será marcante
Em todos os instantes;
Nos momentos alegres
Ou mesmo naqueles tristes.
Você é uma essência
Que impregnou nosso Ser
É uma doce saudade
Que gostamos de ter;
Se tua presença física
Já não mais existe
Porém tua presença espiritual
É uma constante
Que perfuma
O nosso existir
Que ao tempo resiste.

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sábado, 2 de junho de 2012

Feliz aniversário meu anjo



Feliz aniversário  meu anjo

Hoje é um dia muito especial
Embora, tenha que comemorar
Com os olhos rasos de água.
No dia 2 de junho de 1995
Exatamente há 16 anos atrás
Um belo presente recebíamos
Era você que surgia em nossa vida
Tornando uma alegria completa.

O tempo passava e você crescia
Um menino alegre, brincalhão
Fazendo cada momento ser intenso
Aproveitando cada instante de vida
Como se fossem seus últimos dias.

Plantou sementes, colheu amizades
Fez da vida um imenso jardim
Perfumou teu existir e o de todos
Aqueles que mantiveram a sua volta
Mas, Deus lhe quis mais perto Dele
Para que continuasse sua missão
Não tornando um adulto,
Mas, sendo um eterno anjo;
Feliz aniversário meu anjo.

Ataíde Lemos 

Nosso Matheus



Nosso Matheus
Nosso Matheus; 
Tocar-te, te ouvir
Olhar nos olhos teus 
Teu corpo sentir
Ver teu sorriso
Com você brincar
Fazer carinhos
Te estressar
Te ver crescer
E tantas coisas
Não poderemos mais.
Mas vamos sempre te ter
Dentro de meu Ser
Esquecer-te jamais
Pois está em nós
Mora em nós
É um pedaço nosso
Que mesmo ausente
Fisicamente
Mantém-se presente.
Sei que vives 
Amando-nos como antes
Talvez ainda mais perto
Agora, não como filho
Mas como um anjo
Protegendo-nos,
Intercedendo a Deus
Que cuide dos seus
Até o dia que novamente
Nos encontraremos
E eternamente viveremos.

Ataíde Lemos


sexta-feira, 1 de junho de 2012

Perder um filho

       



          Perder um filho é um sentimento que não tem explicação. Há momentos que parece ser de dor e outros, é uma sensação de um vazio, de uma saudade que não tem fim. Sabemos que eles estão bem melhores que nós, pois, este mundo em que vivemos é perverso, muitas doenças, sofrimentos, preocupações, desumanidade, mas ainda assim, queríamos eles conosco. São muitas lembranças de muitos momentos. Eles são protagonistas de uma história que está intrínseca dentro de nós. Quantos perdemos um filho, ele se tona muito mais presente em nossa vida do que quando eles estavam vivos junto conosco. 

Ataíde Lemos
Escritor e poeta