quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Convite ´Lançamento de Livro"


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Conviver com a dor


Procurei algo para expressar o viver de alguém que perde um filho e me veio o seguinte exemplo: as doenças crônicas.

Quando você descobre que tem hipertensão ou hipotensão arterial, ou mesmo diabete você tem duas escolhas; uma é conviver com ela procurando manter-se cuidando para que possa ter vida longa; a outra, é não se cuidar e fatalmente, a doença te levará a morte brevemente.

Enfim, ao perder filho(s), temos duas escolhas; ou vivemos com esta dor e saudade até o fim de nossos dias, mas procurando cuidar para que ela não noa tire o prazer de viver apesar de... ou, nos entregamos e assim, morreremos precocemente, mas enquanto isto, sofreremos muito. Graças a Deus muitos de nós com a força Dele fazemos a primeira opção.

Ataíde Lemos

domingo, 18 de setembro de 2011

Anjo Protetor


Anjo Protetor

Quando estavas aqui te seguravas pelas mãos
Hoje te tenho mais que nunca em meu viver.
Você é o anjo que guarda-me na escuridão
Guardião que Deus deu-me para me proteger.

Mesmo não lhe tendo mais aqui fisicamente
Sinto-te mais próximo de mim a tua presença
Teu calor, a tua alegria tornou-se permanente
Tua ida deixou saudade, mas bela experiência.

Hoje não tenho mais os medos de outrora
Pois, cada dia, viver é ainda mais desafiante
As preocupações tornam-se mais constantes.

Sei que tua presença física me traz saudade
Mas, ao mesmo tempo uma alegria me invade
Em ter-te junto a mim, como um anjo protetor.
Ataíde Lemos

Venha fazer parte da comunidade Pais que perderam filhos,
e partilhar seus sentimentos e esperanças
http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=116470699

domingo, 11 de setembro de 2011

Uma luz



Uma luz

Hoje vejo você
Como uma luz que brilha
Além dos montes;
Como um farol
A me apontar um novo horizonte.
Sinto-te tão perto a mim
Mesmo não estando mais aqui,
Não te vejo distante.
Ainda que a saudade
Seja uma constante
Meu coração está calmo
Porque a todo instante
Tua presença
Pode ser sentida
Iluminando minha vida
Enquanto sigo
Neste mundo itinerante.

Ataíde Lemos

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

“...Para mim morrer é lucro...”


Pais que verdadeiramente amam seus filhos, mesmo que os tenham e tem como pedaço de si, sua maior felicidade é os verem bem, realizados, felizes, independente estejam pertos ou distantes.

Pela fé acreditamos que a morte é uma passagem de uma vida para uma outra, e esta outra é eterna e de plena felicidade, como diz São Paulo “...para mim morrer é lucro...” , ou seja, ainda que a vida eterna seja algo que acreditamos através da fé, sabemos que é infinitamente melhor que a terrena.

Da vida após a morte, nada conhecemos há não ser a ressurreição de Jesus e suas aparições por algum tempo, e certamente, isto basta. Porém, varias religiões, segundo suas interpretações bíblicas nos apresentam a eternidade de formas diferentes, porém o que há em comum em todas elas é a felicidade plena para aqueles que partiram desta vida.

Portanto, nós pais que perdemos filhos ou entes amados e que, dizemos acreditar em Deus e na vida eterna não podemos permitir que as dores da perda nos transformem em pessoas amargas ou sem prazer para continuar a viver. Não podemos permitir que a saudade seja maior que nossa crença em Deus. Enfim, não podemos permitir que nossa dor seja em demasia egoísta, isto é, mesmo sabendo pela fé que nossos entes estejam bem melhores que se estivessem conosco, não aceitamos a sua partida.

Sei que estas palavras são fortes, mas também entendo que para os que acreditam em Deus, sabem que Ele é o Senhor da nossa vida e o seu amor é intenso por nós. Que jamais nos abandona na hora de nossa dor e que no tempo oportuno abre nossos olhos, cura nossas feridas, alivia nossa dor e nos faz caminhar novamente, ainda que saudade permaneça.

Há dois meses perdi um filho com 16 anos e 1 mês. Um adolescente cheio de vida, sonhos e planos. Sua morte, deu-se em um atropelamento bobo. Confesso que fiquei revoltado, briguei com Deus e fiquei a procura de respostas como todos que passam por isto fazem. Senti, minha fé abalada, mas jamais deixei que ela acabasse, pois ao mesmo tempo em que tinha pensamentos ruins, procurei em Deus a força para não me entregar ao ateísmo.

Minhas angustias eram a saudade de meu filho e o silêncio que sentia de Deus, pois parecia que Ele não me respondia se meu filho estava bem, ou seja, se de fato havia a vida eterna, pois tendo uma resposta de Deus, meu coração se aliviaria e a saudade passaria ter uma outra conotação e assim continuaria refazendo minha vida, pois o importante para mim é a certeza que meu filho está muito melhor agora que se estivesse entre nós.

Porém, Deus falava comigo através de pessoas, sonhos, e por meio de minhas procuras em ler mais sobre vida após a morte, etc., no entanto, não percebia que Ele me respondia aos poucos indagações feitas, devido meu coração encontrar-se enlutado – isto é comum acorrer conosco quando perdemos um filho ou alguém que muito amamos, pois nos fechamos na dor e não conseguimos visualizar a presença de Deus nos confortando e nos respondendo as nossas indagações.

No entanto, após 50 dias de seu falecimento, pedi que ele intercedesse a Jesus para curar uma dor intensa em meu estomago e imediatamente a dor passou como se fosse arrancada de mim. Ou seja, naquele instante, pude ter a certeza que meu filho está bem, está feliz e que eu já não deveria mais entristecer, mas sim, me sentir feliz novamente e a partir de agora cultivar a alegria deste lindo presente que Deus me deu por 16 anos e 1 mês.

Em suma, esta reflexão e este testemunho têm o objetivo de ser esperança aos perderam entes amados, para que não permitam que esta dor seja tão intensa e longa a ponto de jogar por terra a fé e que mantenham a paciência para esperar o tempo de Deus para que obtenham respostas as suas perguntas e para que a dor não tenha em si uma grande parcela de egoísmo a ponto de não conseguir vislumbrar a felicidade do ente querido, pois a vida após a morte não é uma tragédia , mas sim um presente de Deus dado a todos nós.

Ataíde Lemos
Escritor e poeta