Perder um
filho, uma dor eterna
Deus, sempre está nos proporcionando viver
experiências. Algumas delas são maravilhosas, já outras, são experiências
terríveis que tira nosso chão e nosso teto. Acredito, que destas duas
experiências a que nos ajuda a crescer muito são aquelas que nos causam alguns
tipos de perdas, pois estas, nos levam a compreender que não podemos apegar a
nada. Não podemos nos apegar ao dinheiro; apegarmos aos supérfluos e nem mesmo
as pessoas que mais amamos. Devemos apenas viver um dia de cada vez e desapegados.
Enfim, a única coisa que devemos nos apegar é em Deus, nem na nossa vida
devemos ser apegados, mas vive-la.
Há uma
expressão que se diz: “somente quem passa por uma dor, pode avaliar no outro
qual o tamanho dela”. Certamente, que sim, porém, é preciso também dizer que
cada um reage diferentemente este mesmo trauma. No entanto, o fundamental é que este trauma seja colocado para fora, seja trabalhado para que
ele não se encube e acaba transformando em doenças emocionais que possam gerar
doenças físicas ou mesmo psiquiátrica ou ainda, construir na pessoa estilos
comportamental nocivo a si próprio ou a outrem.
Há um ano e
seis meses, Deus, me proporcionou viver uma experiência terrível. Uma
experiência pior que perder um pai, perder uma mãe (digo isto, porque esta eu já vivi), perder um irmão. A pior experiência é de perder um filho.
Independente a maneira como um filho se vai a dor é a mesma e intensa. No meu
caso, meu filho tinha 16 anos, alegre, cheio de vida e de planos, ao retornar
para o trabalho de bicicleta, acabou sendo atropelado por um caminhão o qual
faleceu no local.
Pois bem, após
este acontecimento, minha vida teve uma reviravolta em termos sentimentais. Em
relação à forma de enxergar a vida. A maneira de me relacionar com as pessoas e
comigo mesmo, mas sobretudo, a forma de sentir na carne a dor que é para tantos
pais que perdem seus filhos.
A partir deste
acontecimento, criei uma comunidade no site relacionamento (orkut), para
compartilhar com os pais que passaram por este mesmo trauma, por esta mesma
dor. Também, participo em grupos no Facebook, onde partilhamos esta dor. Enfim, passei
também a ler e me inteirar sobre este assunto.
Acredito que a
melhor forma de lidar com uma dor emocional não é se isolar. É, não querer
carregar somente consigo esta dor, pelo contrário, é partilhar, é expor a dor.
É associar-se com pessoas que passaram pela mesma situação. Acredito que isto é
tão verdadeiro que são os grupos de mutua ajuda aqueles que obtém maiores resultados positivos em termos curas emocionais ou mesmo, colaboram para que se
consiga forças para conviver com determinadas situações, onde há necessidade de
controle emocional.
Nós filhos
somos um pedaço de nossos pais, e nossos filhos são pedaços de nós. São partes
que nos faz viver. Muitas vezes, mais da metade das vidas dos pais é vivida em
função dos filhos. Não que isto seja errado, mas é natural esta ligação. Ou
seja, isto está na essência do ser humano, do ser mãe e do ser pai.
Enfim, não há nada
de errado, nada de mórbido os pais que perderam filhos, sempre falarem neles.
Sempre transmitirem esta dor da saudade que possuem pela sua ausência. A dor de
perder um filho, não se resume aos dias do acontecimento, mas por toda a vida.
Evidentemente, com o passar do tempo esta dor se transforma e aprendemos a
lidar com ela, sem que nossa vida desande e transforme em doenças como a
depressão e outros tipos de doenças até mesmo orgânicas que além de nos
destruir, atingem todos que estão a nossa volta.
Portanto, esta
dor de perder um filho é algo muito particular que deve ser respeitado por
todos. Pois, é uma das mais tristes experiências que o homem pode passar e que
cada um tem sua maneira de lidar com ela.
Ataíde Lemos
Escritor & Poeta
Ficou ótimo,muito bem ATAIDE!
ResponderExcluircleide
Olá Ataide, me chamo Márcia e meu Filhote Mateus, ele agora esta junto do Pai, partiu da minha vida no dia 20 de novembro de 2010 aos 17 anos de idade e 24 dias de vida, carinhosamente eu continuo chamando de "Teteu", sei o que sentes. Mães e Pais Enlutados pelos seus Filhos são capazes de compreender e entender outros Pais e Mães Enlutados.
ResponderExcluirNossos Filhos foram os escolhidos de Deus Pai, eles voltaram para casa, voltaram para o Pai antes de nós.
Conte comigo somos companheiros deste Amor que ficou em nossos corações e da saudade que nos invadiu sem pedir lincença em nossas vidas.
Abraços Fraternos de Márcia santos