quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Perder um filho, uma dor eterna




Perder um filho, uma dor eterna




          Deus, sempre está nos proporcionando viver experiências. Algumas delas são maravilhosas, já outras, são experiências terríveis que tira nosso chão e nosso teto. Acredito, que destas duas experiências a que nos ajuda a crescer muito são aquelas que nos causam alguns tipos de perdas, pois estas, nos levam a compreender que não podemos apegar a nada. Não podemos nos apegar ao dinheiro; apegarmos aos supérfluos e nem mesmo as pessoas que mais amamos. Devemos apenas viver um dia de cada vez e desapegados. Enfim, a única coisa que devemos nos apegar é em Deus, nem na nossa vida devemos ser apegados, mas vive-la.


Há uma expressão que se diz: “somente quem passa por uma dor, pode avaliar no outro qual o tamanho dela”. Certamente, que sim, porém, é preciso também dizer que cada um reage diferentemente este mesmo trauma. No entanto, o fundamental é que este trauma seja colocado para fora, seja trabalhado para que ele não se encube e acaba transformando em doenças emocionais que possam gerar doenças físicas ou mesmo psiquiátrica ou ainda, construir na pessoa estilos comportamental nocivo a si próprio ou a outrem. 

Há um ano e seis meses, Deus, me proporcionou viver uma experiência terrível. Uma experiência pior que perder um pai, perder uma mãe (digo isto, porque esta eu já vivi), perder um irmão. A pior experiência é de perder um filho. Independente a maneira como um filho se vai a dor é a mesma e intensa. No meu caso, meu filho tinha 16 anos, alegre, cheio de vida e de planos, ao retornar para o trabalho de bicicleta, acabou sendo atropelado por um caminhão o qual faleceu no local.

Pois bem, após este acontecimento, minha vida teve uma reviravolta em termos sentimentais. Em relação à forma de enxergar a vida. A maneira de me relacionar com as pessoas e comigo mesmo, mas sobretudo, a forma de sentir na carne a dor que é para tantos pais que perdem seus filhos.

A partir deste acontecimento, criei uma comunidade no site relacionamento (orkut), para compartilhar com os pais que passaram por este mesmo trauma, por esta mesma dor. Também, participo em grupos no Facebook, onde partilhamos esta dor. Enfim, passei também a ler e me inteirar sobre este assunto.

Acredito que a melhor forma de lidar com uma dor emocional não é se isolar. É, não querer carregar somente consigo esta dor, pelo contrário, é partilhar, é expor a dor. É associar-se com pessoas que passaram pela mesma situação. Acredito que isto é tão verdadeiro que são os grupos de mutua ajuda aqueles que obtém maiores resultados positivos em termos curas emocionais ou mesmo, colaboram para que se consiga forças para conviver com determinadas situações, onde há necessidade de controle emocional. 

Nós filhos somos um pedaço de nossos pais, e nossos filhos são pedaços de nós. São partes que nos faz viver. Muitas vezes, mais da metade das vidas dos pais é vivida em função dos filhos. Não que isto seja errado, mas é natural esta ligação. Ou seja, isto está na essência do ser humano, do ser mãe e do ser pai.

Enfim, não há nada de errado, nada de mórbido os pais que perderam filhos, sempre falarem neles. Sempre transmitirem esta dor da saudade que possuem pela sua ausência. A dor de perder um filho, não se resume aos dias do acontecimento, mas por toda a vida. Evidentemente, com o passar do tempo esta dor se transforma e aprendemos a lidar com ela, sem que nossa vida desande e transforme em doenças como a depressão e outros tipos de doenças até mesmo orgânicas que além de nos destruir, atingem todos que estão a nossa volta.

Portanto, esta dor de perder um filho é algo muito particular que deve ser respeitado por todos. Pois, é uma das mais tristes experiências que o homem pode passar e que cada um tem sua maneira de lidar com ela.

Ataíde Lemos

Escritor & Poeta 

2 comentários:

  1. Ficou ótimo,muito bem ATAIDE!
    cleide

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  2. Olá Ataide, me chamo Márcia e meu Filhote Mateus, ele agora esta junto do Pai, partiu da minha vida no dia 20 de novembro de 2010 aos 17 anos de idade e 24 dias de vida, carinhosamente eu continuo chamando de "Teteu", sei o que sentes. Mães e Pais Enlutados pelos seus Filhos são capazes de compreender e entender outros Pais e Mães Enlutados.
    Nossos Filhos foram os escolhidos de Deus Pai, eles voltaram para casa, voltaram para o Pai antes de nós.
    Conte comigo somos companheiros deste Amor que ficou em nossos corações e da saudade que nos invadiu sem pedir lincença em nossas vidas.
    Abraços Fraternos de Márcia santos

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