Blog dedicado ao nosso filho Matheus, que aos 16 anos foi morar com Deus, ao ser atropelado por um caminhão quando retornava ao trabalho de bicicleta, após almoço. Sua partida abriu um sentimento de saudade que permanecerá para sempre, no entanto, sua presença espiritual continua conosco transformando a alegria dele na nossa o qual nos conforta e dá a certeza que a morte não é o fim, mais apenas o nascimento de uma nova estação. * 2/06/1995 † 2/07/2011 Ataíde Lemos e família
Choras teus mortos?
ResponderExcluirPermitiu Deus que te libertasses antes de mim e eu disso me não poderia queixar sem egoísmo, porquanto fora querer-te sujeito ainda às penas e sofrimentos da vida. Espero, pois, resignado, o momento de nos reunirmos de novo no mundo mais venturoso no qual me precedeste.
O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. XXVIII, item 63.
Sim, naturalmente, a morte dos seres queridos tem o poder de transtornar os sentimentos humanos.
Evidentemente, o fenômeno da morte, ou desencarnação, ainda prova no mundo incomensuráveis padecimentos, que costumam hebetar a pessoa, mormente quando ela, não dispondo dos conhecimentos da Vida Imperecível, imagina seja a morte o fim absoluto da querida convivência dos que se prezam, dos que se amam.
Muito embora a lágrima sentida ocupe o seu lugar, quando desses transes difíceis, faz-se necessário atentar para os excessos, que são, sem dúvida, expressões da mente bloqueada ou da alma emparedada em ignorância desarticuladora, impedindo-se de pensar mais alto.
Há familiares que se desesperam de tal modo, ante a morte, que mais parecem descarregar as quotas de remorsos para com o desencarnado, do que propriamente saudade ou ternura.
Há casos de tamanha revolta, diante da lei que não tem exceção, que passam a acusar, sem que se apercebam, os afetos trespassados, como responsáveis por seus sofrimentos.
Há situações em que familiares e amigos, num processo inconsciente de autopiedade, valem-se do passamento dos entes caros, a fim de exteriorizar a carência afetiva que os caracteriza. Não pensam claramente no morto, mas, em si mesmos, elastecendo o sofrimento, atraindo para si as atenções e cuidados gerais.
Pára e pensa, pois, nessas questões.
Não obstante a morte imponha amargura e dor, frustração e lágrimas naqueles que ficam, nas lides da atividade carnal, vale a pena estejas vigilante, para que o egoísmo milenário, mimético e torpe, não se imiscua nos teus sentimentos verdadeiros.
Cultiva, então, o bom senso.
Sofre e chora sem que o teu sofrimento perturbe os outros, e sem que tuas lágrimas traiam teus desejos íntimos de afago, na descompensação em que te achas.
Aprende a sofrer retirando bom aproveitamento do padecer, amadurecendo, superando-te, para que as tuas provações ou expiações humanas, de fato, façam-te avançar para Deus, e não te aguilhoem aos postes morais do indivíduo espiritualmente pigmeu.
Choras por teus mortos? Então, faze desse pranto um aceno de ternura e um bilhete de paz, onde tu digas aos amores desencarnados:
Até breve; que Deus te abençoe, ser querido!
Camilo -Mensagem psicografada pelo médium J. Raul Teixeira
- Paz e Luz, Ataíde.
Com carinho,
Cecília