Há cinco anos
e três meses Deus Levou fisicamente meu filho, digo fisicamente, porque desde
que ele se foi, eu o sinto ainda mais presente entre nós, pois, todos os dias
penso nele, sinto ele, ou seja, ele mantém-se vivo espiritualmente entre nós.
Às vezes, fico
pensando o que falar sobre a partida de um filho quando vivemos isto na pele. Acredito
que de tempo em tempo há uma nova forma de enxergar, de viver, ou melhor,
conviver com esta realidade.
Evidentemente, é preciso ressaltar que há muitos fatores responsáveis que podem alterar nosso emocional para lidar com esta ausência e isto está muito relacionado
a nossa estrutura psíquica e espiritual. Porém, acredito também que o fundamentar é
mantermos o pensamento de que nosso(s) filho(s) não morreu. É este pensamento
interior que tem a força de nos ensinar a conviver com a perda.
Não dá para
generalizar, porém, a minha experiência e a forma como lido com a partida de
meu filho dando-me sustentação e alegria em viver novamente baseiam-se em:
1)
Procuro não deixa-lo no passado. Meu filho está
sempre no meu dia a dia, não tenho receio em falar dele para evitar entretecimento.
2)
Não
admito aceitar que ele morreu. Morte significa fim. Neste sentido, não aceito este significado,
pois, acredito que ele vive espiritualmente e se faz sempre presente por meio
de acontecimentos. O corpo morre, mas, a
alma permanece viva.
3)
Não permito que a tristeza da saudade seja maior
que a alegria que foi a sua. Meu filho era um menino feliz, alegre,
brincalhão, cheio de amigos e viveu intensamente sua vida. Portanto, não posso
ofuscar a sua alegria ficando triste.
4)
Realizar os sonhos dele. Realizar os sonhos dele
significa, na medida do possível, gostar daquilo que ele gostava; seguir alguns
exemplos de vida que ele viveu. Enfim, praticar na minha vida aquilo que ele
gostava.
5)
Manter aquilo que era dele. Quando ganhamos
algum presente qual é nosso procedimento? Guardar, cuidar, etc. Assim também,
penso que deve ser com as coisas dele. Não é porque ele se foi que vou desfazer
e consumir com tudo dele. Evidentemente, isto não significa que vou passar o
resto de minha vida cultuando-as.
Em suma, acredito que seja desta
forma que conseguimos lidar com a perda física de um ente amado. Pois, cada um
de nós tem um tempo na vida terrena e um dia temos que ir ou alguém que amamos irá
partir, mas, quando não perdemos a nossa fé e passamos a enxergar nossos entes
que se foram com o olhar espiritual, certamente, a alegria e a paz que reina
neles no mundo espiritual em se encontram será transmitida para os nossos
corações.
Ataíde Lemos
@AtaideLemoss